sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Na Estrada

A vida passa por você, e você passa pelas pessoas.

E aí passamos tão depressa e tão cheios de nossas vidas, que nossa forma mais fácil de percepção é pelo preconceito. Pré-definimos as pessoas. Ou simplesmente não as vemos.

Nos esquecemos que além de atores principais, também somos platéia, e cruzamos por pessoas, cada qual com seu mundo. Ficamos tão presos ao nosso sistema que predefinimos a nós mesmos. (ou alguém nos pré-definiu) E nos perdemos no sentido entre o que somos e o que nos tornamos, entre o que queremos e o que devemos.

 E devemos as seguintes metas (inalcançáveis): encontrar a felicidade plena, a estabilidade eterna, a família perfeita, a carreira de sucesso. Uma programação para as aparências. E damos mais importância ao "ter" do que ao "ser", onde o celular de ultima geração, as roupas da moda, o diploma, o relógio, são apenas elos da corrente que nos escraviza.

Escravos do dinheiro, escravos da hipocrisia, escravos do padrão.

Mas nessa história, não existe Princesas e nem Lei Áurea.

E quando achamos que já não há mais correntes suficientes, descobrimos num sorriso a simplicidade perdida, e o que realmente vale nessa vida. Que a prisão cega, mas que abrir os olhos é mais fácil do que imaginamos. Na verdade não imaginamos nada.

Mas podemos ser. Podemos não ter que ter. Podemos escolher. Podemos libertar os preconceitos, libertar as pré-definições. Libertar.

Só não é fácil libertar-se de si mesmo.



PS.: Dedicado ao meu hippie encantado, que sorriu para mim.