sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sobre Amor

Divagando entre as flutuações de meus pensamentos, entre as impossibilidades do amor, conclui sobre suas possibilidades.

Que este nada mais é e não seria menos que um fragmento deste mundo, paralelo e ainda assim onipresente a este. Apenas notório aos loucos.

Eles que tomam partido do que querem, mesmo sabendo por quantas infindáveis escolhas terão que atropelar.

Estando o mundo fragmentado, outro seria composto pelas nebulosidades da razão. Seria este a ascensão ou a queda da humanidade?Um estado de eterna busca por respostas que já óbvias.

Ah, mas o amor, incansáveis devaneios recriados mil vezes se preciso, para não acabar o sorriso. Irrequieto repouso. Abismo de dois precipícios, como um bêbado que tenta se equilibrar, mas apenas pode escolher para qual lado vai cair.

De um lado, um abismo de delírios juvenis em campos floridos e alegres onde o próprio amor se basta.

De outro, um mergulho profundo nas inquestionáveis incertezas da mente, que viperinas, corroem o mel do amor a doce esperança. Sobrevive sozinho o amor?

Fica-se então assim, equilibrando, bambeando, transitando de um estado de insanidade a outro, entre poesias e suplícios, suspiros e martírios sobre as inesgotáveis possibilidades do amor.

(Escrito em 2008)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Eco Encheção de Saco

Ha alguns dias eu assiti, num cine clube, um filme de produçao local. Nele era questionado assuntos como, "valor da natureza", "o que fazemos para salvar o mundo" e uma critica ferrenha ao capitalismo.

Interessante, vamos sim fazer algo para a natureza. Mas me soou como uma hipocrisia, tanto discurso ecologico e tanta critica ao capitalismo.

Nos onibus da cidade, estao espalhados por todos os lados eco mensagens para formar eco cidadaos, mas sempre fico com a impressao, de que essas mesmas pessoas que tentam nos causar essa eco culpa, tambem nao fazem nada eco-logico.

Talvez teriam salvado mais o mundo se tivessem ido catar lixo na praia inves de ter feito um filme ou marketing em onibus.

E nao adianta mais criticar o capitalismo, nos pertencemos a ele e por ele somos formados.

Sim, podemos apontar seus defeitos mas nao culpa-lo de todo o mal da humanidade. Esse mal somos nos, seja no capitalismo, no socialismo e outos ismos.
E, nao fosse o "monstruoso capitalismo", nao seria possivel a feitura de filmes independentes, a camera filmadora, foi comprada pelo sistema capitalista.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Solitarios?

Apos uma releitura de minha ultima postagem, conclui algumas coisas, inuteis, de certo, mas que nada custam.

Ainda que solitários, nao estamos sozinhos.

Tudo o que vemos de uma outra pessoa, de alguma forma absorvemos alguma coisa.

A leitura que fazemos de uma postagem, de um livro, ou a musica que ouvimos de um compositor, faz com que compartilhemos deles, quem eles sao.

Pelo outro lado, aquele que escreveu, ou que nos chamou atençao na rua, por ter um largo sorriso, nao esta sozinho. Por que os notamos, sabemos de alguma particularidade da pessoa (ou nem tao particular assim).

E da mesma forma que somos leitores de outras pessoas, somos lidos.






O Encontro

Muitas vezes, temos exata noçao sobre certas coisas. Mas um ajuste focal melhora muito.

Ao sair da cidade do Rio, me tornei mais carioca do que nunca.

Eu ja sabia que era apaixonada pela cidade. Mas pelo o que? Estando de fora, posso melhor comparar o que há dentro e o que há fora.

Percebo agora detalhes da cidade que me eram tao naturais que nao fazia ideia que compunham uma parte da identidade local.

Aquelas coisas que eu ja era apaixonada, que sao a identidade do Rio, vejo hoje como parte da minha propria identidade. Por que longe dela, sinto falta como de algo em mim mesma. E ao me reencontrar com ela, me reencontro. Pois o que me compoe culturalmente, compoe minha identidade.

Curioso como, precisamos sair para se encontrar.

Mas essa identidade que o Rio me proporciona, sou tambem agente dela. Nao existiria a cara do Rio se nao existisse as pessoas do Rio.

Ps.: Obrigada Fernando Gralha, por mais uma vez, em nossas naturais conversas, vc me ajudar a abrir a minha mente.







sábado, 25 de setembro de 2010

Requisito para Amizade:

Um dia desses estava pelo orkut de uma menina de um velho grupo de amigos do tempo do colégio. Nas fotos, estavam reunidos ainda muitas pessoas daquele tempo. Todos sorrindo e juntos (mas eu nao). Me lembrei do quanto era legal andar com eles naquela época. Eles eram divertidos. Fiz um minuto de silencio pela minha falta da habilidade em me manter em velhos grupos de amigos. E comecei a questionar essa minha inabilidade. Foi quando me lembrei um fato decisivo.

Há algum tempo (nao quero fazer esforço para lembrar quanto), encontrei uma das meninas do grupo numa entrevista de emprego. Tivemos que fazer uma provinha (individual) de conhecimentos gerais. Durante a avaliação a menina desesperada se virou para mim e me perguntou quem era o nosso governador. Aí eu entendi pq nao andava mais com aquele grupo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Melhor Idade

Depois de alguns fatos decorridos, concluo sobre a melhor idade. Contrario ao que nos induzem a disfarçar as ingratidoes do tempo, a terceira nao é a melhor idade. Também nao é a dos "vinte e poucos anos", quando acham que sabem alguma coisa, sem saber que certas maravilhas lhes sao tiradas pela falta de humildade. As idades itermediarias nao passam de anos em crise pelo o que foi e pelo o que será. Por isso, eu juro, dezesseis é uma idade linda!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Copa X Patriotismo

Ai ai ai...a Copa.
Um dos baratos de uma Copa, é observar alguns fenomenos acontecerem. Vejam bem, os brasileiros passam todo o tempo reclamando de seu país, reclamam que o Brasil nao é evoluido, reclamam que o Brasil nao cresce, só reclamam. "Brasil, o pais da reclamação", seu esporte favorito por quatro anos. Quando uma Copa se aproxima, reclamam do tecnico da seleção, reclamam dos jogadores convocados, reclamam.

Mas os fenomemos acontecem quando a Copa de fato se inicia, um patriotismo do nada, um orgulho que nao se sabe desde quando se tinha. A vizinhança se une para pintar a rua de amarelo e verde (nunca verde-bandeira, como seria o esperado), penduram bandeirinhas verde e amarelas e reproduzem a bandeira nos muros de suas casas. Mas depois ninguem tem dinheiro para repintar, desbotando as cores ate a proxima Copa, as bandeirinhas só sairão com a açao das chuvas e do sol no decorrer dos proximos quatro anos. Mas é num dia de jogo do Brasil que podemos ver a "assinatura" desse patriotismo, as pessoas se ridicularizando. Andam pelas ruas com perucas de má qualidade, de todas as formas e tamanhos, entre outros acessorios da mesma intenção, tinta guache no rosto, etc. Sem falar que acham que tem o direito de deixar outras pessoas surdas, seja com vuvuzelas, cornetas, cornetinhas ou cornetões, em nome do Brasil.

Outro fenomeno, é o esportivo. Quando se inicia os jogos, todo mundo vira tecnico, juiz, comentarista esportivo. Até mulheres que nunca veem jogos de futebol passam a opinar.
Por falar nisso, tremenda peladinha de cumpadres entre Brasil e Portugal, heim!!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Homem Sério

Uma crônica...

Um certo homem, sério, de hábitos lineares e atitudes previsíveis, podia ser encontrado todos os dias, no mesmo local e no mesmo horário.
Um outro homem, um curioso, observava o homem sério, sempre na mesma rua, a esperar nao se sabia o quê.
Certo dia, o homem curioso, de tanta curiosidade, se aproximou e perguntou ao homem sério o que ele fazia ali, naquela rua, todos os dias, no mesmo horário. O homem sério respondeu "a minha vida". O homem curioso, penalizado rebateu "nao espere, corra atrás dela".

Mesmo depois de um tempo, o homem serio mantinha o seu hábito. O curioso, nao resisitiu mais uma vez e lhe perguntou "afinal, como é a sua vida que tanto espera?". "Ela tem 1,64m e usa meia arrastão".

(Para Rodrigo Elias)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Inglês, mal (des)necessario

Se alguem tiver alguma explicação plausível, além da forte economia estadunidense, para a lingua inglesa ser exigida mundialmente e até nacionalmente, por favor me explique. Primeiro me expliquem por que a economia de um país pode ditar a língua mundial.

Desconheço todas essas razões. Pudera, até os vinte e três anos de idade vivo, muito bem obrigada, apenas com o português.

Ah, o português...língua ordenada, de muitas regras (quase todas descumpridas), língua permissiva, língua cosmopolita. Além disso, os verbos que aqui conjugas, nao conjugas como lá.

Mas se até os americanos conseguem falar o inglês, por que o mundo não?

domingo, 2 de maio de 2010

Oração da mullher de vinte e poucos anos

"Senhor Deus (ou seja lá o que voce for), obrigada por ser mulher...é acho que agradeço sim. Por favor, mantenha minha juventude interna apesar da futura idade. Não deixe que as bruscas mudanças de humor afete minha vida social. Não me deixe dramatizar fatos irelevantes. Que minha instabilidade e insegurança emocional nao afujente meus pretendentes. E se possivel, que minha familia e a sociedade nao me julguem uma "encalhada", se eu nao me casar antes dos 30, ou uma "periguete" caso nao tenha um namoro. E que depois do casamento (se eu casar), que eu nao me torne uma exclusiva dona-de-casa ( que assiste Mais Voce pela manha, Atual a tarde e Tv Fama á noite). Por favor, interceda pela minha sanidade mesmo apos a maternidade (caso venha tê-la).

Acima de tudo, Deus, obrigada por ainda ter consciencia disso tudo. Amém.


Carolina e Raquel Lobato