quinta-feira, 4 de junho de 2015

Cutia

Era ontem de manhã que o fato sucedeu. Uma cutia danada me apareceu. Corri daqui corri de lá. E a bichinha nada desentocar. Perguntei se queria um lar. E  cutia se fez que nem ouvia. Convidei-a para entrar. Fez pouco caso e ficou por lá.  Por onde está essa bichinha não sei dizer. Mas ela fez alegria do meu alvorecer.

Faço

Eu faço as pazes com o tempo pra esquecer o que passou.
E aposto no acaso, pra sair de onde estou.
Todo passo que dou, é pra frente.
Toda palavra dita, nem sempre coerente,
Faz parte de um dia, que agora acordou.

Ou

Não encontro na memória, o motivo que me afastou

Março mês 3

Março mês de fim.
Fim do começo e início do meio.
E trás em si a passagem, da viagem, do caminho.
O marco da minha vida, pra quem vai e pra quem fica.
Sem olhar pra trás, para a alegria disfarçada, de sol e criançada
Anda pra vida pura, de verdade, nua e crua.
A gente vai que nem percebe, nem sossega ou se aquieta.
De certo só um fato: que desagua no mês quatro.

Cinzas

O fogo virou cinza. Vermelho laranja e azul estilhaços no chão da chama que um dia queimou.
Saudade. Flores no fel.
Lua sem mel.
Jardim secreto que se escondeu
Arco iris desmanchando em gotas.
Cinzas do que um dia queimou.
Fumaça e neblina
A visão turva que acabou
Da fantasia mais nada restou.
Sem paetês. Só a carne que ficou.
 O carnaval que virou cinzas nas horas dos meus dias. E de nada adiantou.

Sem tempo

O tempo que passava
Era ida
O tempo transpassava
Assim corria minha vida

Não parava em nada que eu queria
Desejava e não possuía

Quisera eu por um instante
A vida que corria
Lá fora borbulhante
Que me acenava e me sorria
Agarrar-lhe triunfante