quarta-feira, 30 de março de 2011

Lamentos x Vida

Hoje no meu trabalho ouvi uma pessoa falando que lamentava a morte de José Alencar. Eu não.

Não vejo como lamentar o curso natural da vida. Lamentar um ciclo que se completou.

Lamentaria se a circunstância fosse brutal. Pior, lamentaria certamente se ele não tivesse vivido, isso sim é motivo de se lamentar. Ver alguém perder uma vida que nunca teve.

No caso de José Alencar, ele nos deixou um belo exemplo em vida. Lutas otimistas e perseverantes contra a doença, sem nunca ter mostrado falta de esperança. Se foi, era porque tinha mesmo que ir (embora).

E no caso das pessoas que perdem a vida em vida? Que sequer conseguem deixar um exemplo a uma sequer pessoa?
Nesses casos, lamentável é a vida.





quinta-feira, 24 de março de 2011

Verbo (in)Transitivo

Amar,verbo intransitivo
Mas ai daquele, que por ele nao transitar
Pobre sujeito que desse verbo não conjugar
Amar, verbo intransitivo
Sujeito intransigente
Direto e Indireto
Objeto e Concreto
Mas todos querem nesse infinitivo passear

(Escrito em 2010)

Ceifa, ceifa!

Certo dia, pela manhã, enquanto esperava o ônibus que me levaria ao trabalho, sentei-me na calçada para melhor observar a paisagem.
Do outro lado da rua, num terreno baldio, um homem iniciou seu trabalho. Munido de uma ceifa, o homem ceifava com vontade, o mato.

Ocorreu-me que certas coisas não podem ser apenas arrancadas ou simplesmente retiradas. Tampouco esquecidas ou deixadas de lado. É necessário mais. È preciso ceifar.
Sim, porque cortar é preciso. Basta a hora escolhida, a força e a vontade. Basta o mato.
Basta ceifar. Ceifa, ceifa, ceifador!